Mestre Curica leva a identidade musical da Amazônia para Cabo Verde, na África

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Um dos grandes nomes da música instrumental, o artista se apresenta no festival Master Cordas.

Foto: Gabriel Dietrich / Divulgação.

Um dos nomes mais importantes da guitarrada paraense, Mestre Curica se prepara para atravessar o Atlântico e levar a musicalidade e os ritmos da Amazônia, representando o Brasil no festival Master Cordas que acontece nos dias 27 e 28 de junho, no Centro Cultural de Mindelo, na Ilha de São Vicente, em Cabo Verde, África.

No palco do evento, Mestre Curica será acompanhado por cerca de 15 músicos para apresentar um repertório com cinco músicas autorais, incluindo Caribenha, Sonamânia e Vila Sorriso.

Com mais de 60 anos de carreira e natural de Marituba, na Região Metropolitana de Belém, Raimundo Leão Ferreira Filho, mais conhecido como Mestre Curica, iniciou a trajetória musical como baterista na banda do seu pai, migrando depois para o cavaquinho e o banjo, que veio a se tornar seu principal instrumento.

Nos anos 1970, integrou o conjunto Uirapuru, do Mestre Verequete, com o qual gravou três discos, entre eles “O Legítimo Carimbó” (1971), considerado uma das primeiras gravações do gênero.

Após uma pausa na carreira artística na década de 1990, o Mestre retornou aos palcos em 2003, quando foi convidado para integrar o projeto Mestres da Guitarrada, ao lado de Mestre Vieira e Aldo Sena. O projeto durou até 2008, com apresentações em diversos estados do Brasil e também no exterior.

Atualmente com 75 anos de idade e 15 discos na bagagem, o artista foi tema do documentário “Os Carimbós e Guitarradas do Mestre Curica”, lançado em 2021.

Master Cordas

Em sua 3ª edição, o festival integra a programação oficial pelos 50 anos da independência de Cabo Verde e busca valorizar o som da guitarra como elemento central da cultura musical do país africano. O evento tem como proposta reunir em um mesmo palco grandes nomes do violão cabo-verdiano, como Manuel de Candinho, Bau, Voguinha, Kaku Alves e Palinho Vieira e mestres internacionais da guitarra, promovendo a troca de experiências.

Assim, o convite feito pelos organizadores do festival a Mestre Curica se deve à importância do artista que ao longo de sua trajetória se tornou um ícone da música instrumental feita na Amazônia brasileira, além de um formador de gerações de músicos no Pará.