Árvore ameaçada de extinção é localizada na área da usina de Belo Monte, no Pará

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A espécie pau-cravo é nativa da floresta amazônica e foi intensamente explorada a partir do século XVIII.

Foto: Divulgação.

Há mais de quatro décadas sem registros oficiais, um exemplar da árvore pau-cravo (Dicypellium caryophyllaceum) foi localizada na área de influência da Usina Hidrelétrica Belo Monte, região do Xingu, no noroeste paraense.

O achado foi feito por uma equipe da Norte Energia, concessionária da usina de Belo Monte.

Espécie nativa da floresta amazônica e considerada em perigo crítico de extinção, o pau-cravo é também conhecido como cravo-do-maranhão ou canela-cravo. Quando adulta, a árvore pode atingir até 30 metros de altura e atualmente possui registros confirmados apenas nos estados do Pará e do Maranhão.

Intensamente explorada sobretudo a partir do século XVIII, tanto por seu valor como especiaria quanto por sua madeira de lei, a importância da preservação da espécie é reconhecida pelo Estado brasileiro que a incluiu na Lista Nacional da Flora Ameaçada de Extinção, publicada pelo Ibama em 2008.

De acordo com a Norte Energia, que desenvolve desde 2008 estudos de impactos ambientais na área de influência de Belo Monte, ações de preservação da espécie são realizadas por meio do monitoramento das matrizes, coletas de sementes, produção de mudas e plantios para recomposição de Áreas de Proteção Permanentes.

Segundo Roberto Silva, gerente de Meios Físicos e Bióticos da Norte Energia, a ocorrência dessa planta em área protegida oferece uma oportunidade única para a ciência, pois permite a retomada dos estudos da espécie e do seu papel para a floresta. Essas pesquisas antes eram limitadas pela baixa ocorrência de exemplares em campo, disse.