Maniçoba, açaí, tucupi e tacacá são alguns dos sabores que consolidaram Belém como um dos grandes polos da gastronomia mundial. Reconhecida desde 2018 como Patrimônio Imaterial do Brasil, a cidade também figura, desde 2015, entre as “Cidades Criativas da Gastronomia” no mundo, um selo concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Com sua culinária ancestral, que reflete a história da formação do Pará e da Amazônia, Belém marcou presença no “Encontro Mundial das Cidades Criativas da Gastronomia da Unesco”, que foi realizado entre os dias 14 e 19 de julho, na cidade de Macau, na China.
A participação da capital paraense foi organizada pela Prefeitura Municipal de Belém, que atendeu ao convite do governo chinês e enviou uma equipe da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem), além de renomados chefs locais. Representaram o município os chefs Bethânia Bressanim (restaurante Tarubá), Esther Weyl (Celeste Restaurante), Ângela Sicília (Famiglia Sicília) e Raul Moreira.
Durante o evento, que reuniu representantes de mais de 30 cidades de todo o mundo, a delegação paraense destacou a gastronomia regional, sua história e raízes, participando ativamente de painéis temáticos. Além dos debates, o chef Raul Moreira marcou presença no “Cozinha Show”, onde preparou, ao vivo, um prato típico de Belém para uma audiência internacional.
Para a presidente da Codem, Mariel Mello, a visibilidade trazida pelo selo de “Cidade Criativa da Gastronomia” da Unesco e a participação em eventos internacionais são diferenciais para Belém no cenário nacional e mundial.
Durante o encontro internacional em Macau, os representantes da Codem aproveitaram para apresentar os preparativos de Belém para receber a COP-30 em novembro. Entre as obras destacadas, estiveram a revitalização do Complexo do Ver-o-Peso, a criação do Parque Urbano Igarapé São Joaquim e a revitalização do Mercado de São Brás.
O Encontro Mundial das Cidades Criativas da Gastronomia da Unesco, realizado anualmente, tem como objetivo promover o intercâmbio cultural e gastronômico entre as cidades participantes, fortalecendo a cooperação internacional e celebrando a diversidade das culturas alimentares globais. Em 2025, o evento contou com mais de 250 participantes.
A riqueza gastronômica de Belém não se restringe apenas aos grandes eventos e restaurantes. Em cada esquina da cidade, moradores e turistas têm a oportunidade de saborear as comidas tradicionais preparadas por verdadeiros guardiões da culinária local.
Um exemplo é Ivonete Pantoja, que há décadas serve delícias típicas em sua barraca na movimentada avenida Nazaré, em frente à Praça Santuário. No cardápio de Ivonete tem maniçoba, tacacá e caruru, que atraem gerações de clientes.
Além de Ivonete, cerca de cinco carrinhos de comidas típicas se espalham pelo mesmo perímetro. Segundo a cozinheira, todos são fruto de um legado culinário que é transmitido de geração em geração, mantendo viva a tradição gastronômica de Belém.
Com informações da Agência Belém.
