Povos indígenas protagonizam debate sobre clima e cidadania na Semana dos Povos Indígenas 2025

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Com foco na COP 30, Secretaria dos Povos Indígenas (Sepi) faz evento que reunirá cultura, saúde e políticas públicas para fortalecer os direitos indígenas

Foto: Divulgação

A cidade de Belém se prepara para um dos eventos mais significativos do calendário indígena e ambiental do Brasil. Nos dias 14, 15 e 16 de abril, o Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia será palco da Semana dos Povos Indígenas 2025. Com o tema “Aldeando a COP 30”, o evento reforça a importância da participação indígena nos debates sobre mudanças climáticas e na construção de políticas públicas.

A primeira reunião de articulação aconteceu na segunda-feira (31) sob o comando da secretária dos povos indígenas do Pará, Puyr Tembé, e contou com a presença de representantes de diversos órgãos estaduais.

“Cada órgão que participa mostra como devemos, enquanto Estado, nos unir de forma integrada para fortalecer a cidadania, a educação e a cultura dos povos indígenas, principalmente pela aproximação da COP 30. A ideia é a gente juntar forças por mais políticas públicas para eles”, destacou Laysa Mathias, coordenadora de Planejamento e Desenvolvimento da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi).

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Saúde, cidadania e políticas públicas em pauta

O evento vai além da celebração cultural e se firma como um espaço de promoção de direitos e inclusão. A Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), por meio da Coordenadoria Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais (CESIPT), levará atendimentos médicos, palestras e atividades educativas.

 “Durante a programação, vamos reforçar nossas ações com palestras, atendimentos médicos e atividades educativas, sempre respeitando as especificidades culturais. Isso demonstra o compromisso do Governo do Estado com a saúde indígena, garantindo um atendimento digno e humanizado”, afirmou Tatiany Peralta, representante da CESIPT.

Além dos serviços de saúde, a programação inclui emissão de documentos, assistência social e ações voltadas à educação. Um dos destaques será o Seminário da Educação Escolar Indígena, que debaterá os desafios e avanços na área.

 “Outro objetivo da programação é levar ações de cidadania, com ofertas de serviços de emissão de documentos, serviços de saúde, educação, previdência e assistência social. Também iremos promover um seminário da Educação Escolar Indígena e outro sobre as Caravanas Rumo à COP 30, juntamente do Ministério dos Povos Indígenas”, reforçou a organização do evento.

Foto: Rodolfo Oliveira / Ag. Pará Foto
Foto: Rodolfo Oliveira / Ag. Pará Foto
Cultura e economia fortalecendo identidades

A Semana dos Povos Indígenas 2025 também incentiva a economia criativa e a valorização da cultura indígena. Feiras de artesanato, gastronomia, apresentações culturais e até um desfile de moda indígena estão na programação. O evento ainda contará com uma mostra de cinema, exibindo produções feitas por realizadores indígenas.

Além disso, a programação discutirá formas de ampliar a participação indígena nos debates climáticos, garantindo que suas vozes sejam ouvidas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).

Para encerrar o evento, no dia 16 de abril, o Palco dos Encantados receberá uma apresentação musical com vários artistas paraenses, celebrando a diversidade e a resistência dos povos originários.

Histórico de impacto e participação

A titular da Sepi, Puyr Tembé, ressalta que a edição de 2024 reuniu cerca de 600 indígenas de 46 etnias do Pará. Durante o evento, foram emitidos mais de 500 documentos, além da entrega de cadeiras de rodas, cestas básicas, motores para embarcação, enxovais para bebês e óculos de grau. Essas ações contaram com a parceria de diversos órgãos estaduais e do Governo Federal.

O evento teve também o intuito conscientizar e aproximar as pessoas, para, cada vez mais, reflorestar as mentes do povo do Pará, do Brasil e do mundo.

“Em 2024, a semana fez com que os povos indígenas mostrassem a sua produção artística, a qualidade desse trabalho, que é milenar e de uma sabedoria ancestral que embeleza o nosso estado. Conseguimos mostrar ao povo de Belém a nossa identidade que também está no sangue de cada paraense. Reforçamos que cada vez mais, o Pará se reconhece como um território indígena, valorizando sua ancestralidade. E a nossa expectativa para 2025 é de que a gente possa caminhar para uma COP 30 assim, realizando um dos maiores eventos ambientais do planeta respeitando os saberes dos povos da floresta e suas soluções para o meio ambiente”, destaca Puyr Tembé.

Com a proximidade da COP 30, a Semana dos Povos Indígenas 2025 se torna ainda mais relevante. O evento promete ser um espaço de fortalecimento das pautas indígenas e de visibilidade para suas demandas no cenário nacional e internacional.