Levantamento realizado pela Organização Não Governamental SaferNet mostrou que os emojis têm sido amplamente usados na internet com significados diferentes dos originais, para disfarçar discursos de ódio, assédio e abuso sexual, inclusive contra crianças e adolescentes.
De acordo com a ONG, em 2025 houve um aumento de 35% em comparação ao ano de 2023 no número de emojis usados, bem como palavras, siglas e hastags em português, relacionados à incitação ao ódio e à conotação sexual. Em 2023 foram 963 casos, passando para 1,3 mil em 2025.
Segundo a SaferNet, os usuários criam novos significados para emojis comuns, com o objetivo de dificultar que as autoridades, os pais e responsáveis pelas vítimas possam reconhecer ou entender o que está sendo dito.
O presidente da ONG, Thiago Tavares, explicou que a identificação desses códigos tem sido possível graças ao uso de uma ferramenta que utiliza a inteligência artificial para detectar padrões sugestivos utilizados por grupos criminosos ou células extremistas.
De acordo com especialistas, para evitar que crianças e adolescentes se tornem vítimas dessa prática criminosa, é preciso agir em várias frentes. Além da investigação criminal, a família pode ajudar monitorando a rotina dos jovens nas redes sociais. A escola também pode ser uma aliada, observando os comportamentos dos alunos e oferecendo apoio.
Para o delegado especializado em Crimes Cibernéticos, Arthur Martins da Costa Benício, tem sido possível identificar um perfil mais jovem de autores desses crimes. Os casos são encaminhados para as polícias da respectiva unidade federativa, a fim de que sejam adotadas as medidas cabíveis.
