IFC debate alternativas para tornar o pescado economicamente viável

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Esta reportagem faz parte da Série Especial "Empreendedorismo Sustentável - soluções e desafios para o futuro do planeta", da Rádio Cultura FM.
Foto: Marco Santos / Agência Pará.

O pescado pode ser uma alternativa bioeconômica promissora no Pará. De acordo com o IBGE, a aquicultura no estado supera a média nacional de crescimento, que é 5%. A Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) mostrou que a produção aquícola cresceu 21% no Pará. Apesar destas características, é um mercado que gera impactos negativos ao ecossistema, como a poluição da água, muitas vezes agravada pelo uso de produtos químicos, a alteração de habitats e a introdução de espécies invasoras. A eutrofização, que é o aumento de nutrientes na água que leva ao crescimento excessivo de algas, é um dos principais problemas deste segmento. O IFC Amazônia foi criado com o intuito de debater alternativas sustentáveis para este mercado, discutir estratégias que se encaixem dentro da realidade da região amazônica, que abriga a maior floresta tropical e a maior reserva de água doce do mundo. O evento reuniu pescadores, aquicultores, profissionais do setor, empresários, academia, instituições de pesquisa, entidades e investidores dos países que compõem esta grande região e dos estados brasileiros da Amazônia Legal. Altemir Gregolin, veterinário com especialização em administração rural e presidente do IFC, destaca que o evento discutiu tendências de mercado, tendências tecnológicas, políticas no setor, linhas de crédito e a facilitação do acesso a este benefício, bioeconomia, descarbonização e muito mais.

“Estiveram no evento os melhores conferencistas e palestrantes, que trataram da área de alimentação; manejo; tecnologias e sistemas de produção; novidades em relação ao melhoramento genético de tambaquis e pirarucus; discussões das questões de produção na área de tilápia, uma realidade em vários estados da região Norte, inclusive temas relacionados à sanidade, nutrição e assim por diante”, relata.

governador discursando
Foto: Marco Santos / Agência Pará.

 

Todas as questões relacionadas ao ordenamento da atividade de pesca, melhoria de renda, manejo e captura de pirarucu, questões relacionadas às principais pescarias realizadas no Pará foram debatidas no evento. O governador Helder Barbalho ressalta que o estado é o maior produtor de pescado da pesca artesanal.

“E consolidando cada vez mais, também, a atividade da produção de pescado. Queremos, cada vez mais, trabalhar as políticas públicas de incentivo, fomento e apoio para que, através do cultivo da proteína do pescado e dos demais que compõem nossa ictiofauna nós possamos garantir emprego, renda e bom alimento na mesa dos paraenses”

O pilar social é um dos alicerces da agenda ESG, cuja sigla significa, em tradução literal, agenda ambiental, social e de governança. Esta agenda tem se tornado cada vez mais popular no mundo e é um dos eixos de discussão da Conferência das Partes, a COP-30. Trata-se de um conjunto de práticas que uma organização adota para avaliar o seu desempenho em áreas ambientais, sociais e de governança corporativa. Em essência, o ESG visa garantir que as empresas não apenas busquem lucros, mas também contribuam para um desenvolvimento sustentável e justo. A questão social está diretamente atrelada à representatividade, e neste contexto, nada melhor do que incentivar o empreendedorismo feminino. A International Fish Conference Amazônia está atenta para esta realidade e contribui para o desenvolvimento de lideranças femininas, como nos conta Eliana Panty, diretora executiva do IFC.

“Nosso objetivo nesses encontros é que cada vez mais mulheres possam assumir a liderança dos seus negócios, ou ainda empreender e criar novos negócios que garantem renda, dignidade e um futuro melhor para elas e para os filhos. O IFC foi uma oportunidade de exibirmos, em primeira mão, o documentário “Mulheres das Águas”, cuja primeira parte foi gravada no Pará. Nós fomos à Mãe do Rio, Curuçá, nós conhecemos as guardiãs do banco de ostras, produtoras, piscicultoras e diversas mulheres que trabalham no mercado de peixe. Foi uma grande oportunidade de mostrar, em primeira mão, a força da mulher paraense”

A aquicultura produz alimentos e matérias-primas a partir da criação de organismos aquáticos, como peixes, moluscos, crustáceos e plantas, em ambientes controlados ou semi-controlados, para produção de alimentos, comércio e diversas outras utilidades. O International Fish Congress & Fish Expo Brasil foi criado pela necessidade de mitigar os danos que esta prática pode trazer ao meio ambiente, através de diálogos que possibilitam a construção de caminhos para o desenvolvimento de uma economia sustentável.

Confira o 3º Episódio da "Série Empreendedorismo Sustentável - soluções e desafios para o futuro do planeta", da Rádio Cultura (93,7 FM)